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sexta-feira, abril 26, 2024

Construtoras na Lava Jato geram temor sobre concessões de aeroportos

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Segundo matéria da agência de noticias Reuters, publicada na última segunda-feira (19/01), as acusações de envolvimento de grandes construtoras no esquema de corrupção investigado pela Lava Jato geram temores no governo em relação às concessões de aeroportos federais à iniciativa privada.

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(Reprodução/O Globo)

Isto porque a maioria dessas construtoras tem, direta ou indiretamente, algumas dessas empresas entre os sócios. Segundo fontes ligadas ao governo entrevistadas pela Reuters, a situação é preocupante.

O temor principal, de acordo com a matéria, refere-se à limitação do acesso dessas empresas a crédito. O agravamento da crise causada pelas investigações poderia prejudicar a capacidade de execução das obras nos terminais aeroportuários. O governo estaria monitorando de perto o caso. “Essas empresas têm um monte de investimentos para fazer nos aeroportos e qualquer quebra de fluxo de caixa para esses acionistas pode gerar um problema no caixa da Sociedade de Propósito Específico (SPE) que administra a concessão”, disse a fonte à Reuters.

Veja abaixo outros trechos da matéria:

A agência de classificação de risco Moody’s alertou para o aumento do risco de liquidez de construtoras com executivos envolvidos na investigação da Polícia Federal, enquanto a Fitch disse haver risco alto de que as companhias sofram defaults em um esforço para preservar a liquidez num momento de incerteza e com a dificuldade de obterem crédito no mercado.

A OAS Finance, da OAS, deixou de pagar neste mês juros sobre títulos de dívida no exterior. O grupo OAS é sócio indireto da concessão do aeroporto de Guarulhos (SP), uma vez que é acionista da Invepar, que integra o consórcio gestor do aeroporto paulista.

O aspecto financeiro é, por enquanto, a preocupação mais palpável, já que ainda há controvérsia sobre o impacto legal e regulatório de uma eventual condenação jurídica dos executivos de empreiteiras denunciados pelo Ministério Público Federal (MPF).

O MPF já denunciou 36 pessoas acusadas de participarem de um esquema de propina e sobrepreço em contratos da Petrobras, 23 delas vinculadas aos grupos OAS, Camargo Corrêa, UTC Engenharia, Galvão Engenharia, Mendes Júnior e Engevix.

A Engevix é sócia da concessionária Inframérica, que administra os aeroportos de Brasília (DF) e São Gonçalo do Amarante (RN). O terminal de Viracopos (SP) tem a UTC Engenharia entre os sócios.

Assim como no terminal de Guarulhos, no aeroporto de Confins (MG) a participação é indireta: o Grupo Camargo Corrêa é acionista da CCR, integrante do consórcio responsável pelo aeroporto mineiro.

Para especialistas consultados pela Reuters, problemas de caixa e insolvência nas empreiteiras podem levar o governo federal a interferir nas concessões de aeroportos.

“A empresa que perde condições técnicas e econômicas de habilitação pode ter o contrato de concessão rescindido por inexecução”, disse o professor de Direito da Fundação Getúlio Vargas (FGV), advogado Carlos Ari Sundfeld, especialista em direito administrativo.

Segundo dados da Agência Nacional de Aviação Civil (Anac), as seis aeroportos com a iniciativa privada, parte de um plano de logística do governo da presidente Dilma Rousseff para melhorar a infraestutura do país, deverão receber juntos investimentos de cerca de 30 bilhões de reais durante todo o contrato. Cerca de 8,5 bilhões de reais já foram investidos até 15 de janeiro.

A conta inclui dados relativos ao aeroporto do Galeão (RJ), administrado por Odebrecht Transport e Changi.

Exceto pelo aeroporto potiguar, que foi contruído inteiramente pelo concessionário, os demais transferidos à iniciativa privada incluem terminais em operação que são os mais movimentados do país.

(…)

Segundo a Anac, a legislação estabelece que as condições de habilitação devem ser mantidas ao longo de toda a duração do contrato de concessão.

Procurada, a concessionária do aeroporto de Guarulhos disse que “vem cumprindo todo o cronograma de obras e de investimentos e que as operações ocorrem normalmente”. A de Viracopos preferiu não se manifestar, enquanto a concessionária de Confins, a BH Airport, disse que as investigações da Lava Jato não afetam suas operações.”

Veja a matéria na íntegra, no site da Reuters: CLIQUE AQUI

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