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quinta-feira, abril 18, 2024

Começa o 3º Congresso Nacional dos Aeroportuários

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Direção do Sina reúne-se em congresso nacional para traçar estratégias de luta

Teve início, nesse domingo (26/03), o 3º Congresso Nacional dos Aeroportuários, em realizado em Tamandaré (PE). O encontro, promovido pelo Sindicato Nacional dos Aeroportuários (Sina), reunindo dirigentes sindicais da entidade de todos os cantos do país, vai até a próxima sexta-feira (31) e tem como objetivo traçar os rumos da atuação sindical em defesa dos direitos da categoria.

Confira as fotos do Congresso

Haverá debates sobre o cenário da aviação e do setor aeroportuário no país e no mundo, a conjuntura política no Brasil e América Latina, os prejuízos para a classe trabalhadora que poderão ser causados se aprovadas as reformas trabalhista e da Previdência Social propostas pelo governo Temer, e os desafios com a aprovação do PL da terceirização da atividade fim. Também serão debatidas as recentes concessões de aeroportos da Rede Infraero, o futuro dos aeroportuários na Infraero e nas concessionárias, segurança e saúde no trabalho, a situação da navegação aérea, a tramitação do projeto de lei que visa regulamentar a profissão de aeroportuário, assim como as negociações coletivas da data-base 2017 e a mobilização dos trabalhadores.

Na abertura, o presidente da CUT Estadual de Pernambuco, Carlos Veras, destacou que os trabalhadores brasileiros vêm sofrendo um golpe a cada dia, a começar pela aprovação da PEC 55 (do teto de gastos), da reforma do Ensino Médio e, agora, do PL da terceirização. “Nenhum prefeito vai fazer concurso público se pode contratar trabalhadores terceirizados na sua base eleitoral”, afirmou. As convenções e acordos coletivos também ficam extremamente prejudicadas com a terceirização da atividade fim, ressaltou Veras. “Querem aprovar que o acordado valha mais que o legislado. Se a reforma da Previdência passar ninguém mais vai conseguir se aposentar no Brasil e a segurança alimentar ficará em risco, pois os pequenos e médios agricultores serão muito prejudicados”, destacou. “Dizer que a Justiça do Trabalho não deveria existir, como fez o presidente da Câmara, Rodrigo Maia, é deixar muito claro qual o interesse desse governo”, completou. Veras convocou a todos a participarem da greve geral organizada pelas centrais sindicais para 31 de março e destacou a importância do ramo dos Transportes nas manifestações dos trabalhadores contra as reformas do governo.

O presidente da Federação Nacional dos Trabalhadores em Aviação Civil (Fentac-CUT), Sérgio Dias, destacou que mesmo para a categoria que ele integra, os aeronautas, tendo uma regulamentação desde 1984, os riscos da terceirização da atividade fim já começam a ser sinalizados pelas companhias aéreas.

O Secretário de Comunicação do PT de São Paulo, Aparecido Silva, o Cidão, destacou que é preciso entender o que deu errado e o que temos que fazer daqui para a frente, para defender os direitos dos trabalhadores e as conquistas dos últimos anos. Também pontuou que a luta do Sina na tentativa de evitar as concessões dos aeroportos, desde o governo Dilma, causou mal estar dentro do Partido dos Trabalhadores, porque muitos integrantes não queriam ficar contra a decisão do próprio governo.

Lázaro Cruz Rodrigues, representando a Central dos Trabalhadores Cubanos (CTC), ressaltou a arremetida à direita que vem ocorrendo em todo o mundo e a importância da construção de uma unidade de pensamento e ação da classe trabalhadora para enfrentar isso. “Revolução é altruismo e unidade”, frisou.

O presidente do Sina, Francisco Lemos, lembrou que o Projeto de Lei da Terceirização aprovado pela Câmara dos Deputados, da época do governo FHC, de 1998, é muito mais carregado de aspectos negativos em relação aos direitos dos trabalhadores que o PL que está em discussão no Senado. Destacou que Cuba segue resistindo às mazelas do capitalismo, e que precisamos, como trabalhadores, erguer a cabeça e retomar a luta. Afirmou também que é preciso que o trabalhador brasileiro entenda que ele não é um colaborador, ou empreendedor, como tentam convencer as empresas, pois isso é uma ilusão que fragiliza as pessoas, não é a realidade. Disse também que é importante divergir, mas sem jamais perder a unidade.

Cerca de cem dirigentes sindicais do Sina participam do evento, cujo principal objetivo é justamente reunir os sindicalistas de todo o país num intenso debate visando a construção das estratégias da entidade para seguir na luta em defesa da categoria.

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