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quarta-feira, abril 24, 2024

Seminário fomenta participação da mulher nas negociações coletivas

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Teve início nessa quarta-feira (1º/2) o Seminário de Formação em Negociação Coletiva para Mulheres, promovido pelo Sindicato Nacional dos Aeroportuários (Sina), em Uberlândia (MG). O objetivo do evento é fomentar a participação feminina nas mesas de negociação coletiva, nas campanhas salariais.  

A atividade conta com a participação de cerca de 60 sindicalistas que compõem a direção do Sina, Sintraf, Stiau, Sinttrurb, Secua, Sinttro, Sintet. O evento tem o apoio da Federação Internacional dos Trabalhadores em Transporte (ITF) e da CUT Regional Triângulo Mineiro.

Durante a manhã, houve a apresentação das participantes e de suas expectativas em relação ao evento, e a primeira mesa de discussão, sobre os avanços e desafios das mulheres no movimento sindical, com a participação da secretária nacional da mulher trabalhadora da CUT, Junéia Batista, e da presidente da CUT Minas, Beatriz Cerqueira.

Junéia Batista, secretária nacional da mulher trabalhadora da CUT

Junéia resgatou a história de luta das mulheres na CUT para ampliar seus espaços de participação na Central, que culminou com a criação da Secretaria da Mulher, com a criação de cotas para mulheres e depois da paridade na participação das mulheres na direção da entidade e dos sindicatos filiados. “Avançamos muito mais ainda há muito o que conquistar. A CUT, desde sua fundação, teve apenas homens nos cargos de presidente e secretário geral, e a luta agora é por uma mulher na presidência no próximo mandato”, afirmou. Também destacou que 51% da classe trabalhadora é representada por mulheres e como é importante discutir e enfrentar o machismo e a violência contra a mulher, todos os dias e em todos os lugares, sendo essa uma campanha permanente da Secretaria.

Beatriz Cerqueira, presidenta da CUT Minas

Beatriz Cerqueira (primeira mulher, professora e funcionária pública presidenta da CUT MG) destacou que as mudanças que o governo Temer e o Congresso Nacional vem implantando ou defendendo, como a PEC 55 (antiga PEC 241), a Reforma da Previdência, do Ensino Médio, entre outras, terão reflexos que irão atingir tanto os trabalhadores hoje como as futuras gerações, que sofrerão enormes prejuízos. “A elite não está satisfeita com a Constituição Cidadã (de 1988), quer derrubar os direitos dos trabalhadores garantidos nela. E as mulheres vão pagar um custo alto por esse ‘pato’, por esse golpe das elites, da Fiesp, dos empresários, da grande imprensa”, afirmou. Sobre o tema do evento, ressaltou que “estamos num ano em que o desemprego vai aumentar, a economia vai regredir, e isso irá se refletir nas negociações coletivas que tivermos”. Sobre sua atuação no movimento sindical, afirmou que o movimento sindical é machista e que é preciso enfrentar essa realidade todos os dias. “O empoderamento das mulheres é feito pelas mulheres. Ninguém vai nos dar o poder, a não ser nós mesmas, conquistando-o na luta cotidiana”.

Mara Meiry, delegada sindical do Sina em Uberlândia e secretária das mulheres da CNTTL

O seminário foi organizado pela companheira do Sina, aeroportuária, delegada sindical em Uberlândia e secretária das mulheres da CNTTL, Mara Meiry. O advogado do Sina Dr. Maurício de Freitas participará da atividade, para explanar sobre o dirigente sindical e a legislação. Na abertura, a atividade contou com a participação do presidente da CUT Regional do Triângulo Mineiro, Luizão. Durante a tarde, as participantes se dividiram em grupos de trabalho para trocar experiências sobre o processo de negociação coletiva das categorias presentes e debatem a dinâmica da negociação coletiva.

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