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sábado, abril 20, 2024

Temer corta em mais de 80% o programa para fomentar a aviação regional

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O governo do presidente interino, Michel Temer, decidiu cortar drasticamente o programa de investimentos federais em aviação regional lançado pela presidente Dilma Rousseff, reduzindo de 270 para 53 o número de aeroportos que passarão por obras de ampliação a partir do próximo ano. As informações são do jornal Folha de SP, em matéria publicada hoje (24/8).

Segundo o texto, o governo “chegou à conclusão” de que não seria necessário contemplar no projeto 270 aeroportos; apenas 53.

Ainda de acordo com a Folha, dos R$ 7,3 bilhões estimados no projeto criado no governo Dilma, pouco efetivamente foi aplicado desde o lançamento da proposta, há quatro anos. Agora, o orçamento previsto foi reduzido para R$ 2,4 bilhões a serem investidos até 2020. Além dos 53 aeroportos escolhidos, outros 123 aeródromos poderão receber investimentos, “à medida que a situação econômica melhorar ou se os Estados assumirem os projetos”.

Para o presidente do Sindicato Nacional dos Aeroportuários (Sina), Francisco Lemos, é lamentável que o governo de um país com território tão grandioso, praticamente continental, e com uma população de mais de 200 milhões de habitantes, pulverizada, promova esse corte de investimentos na aviação regional. “Do ponto de vista da integração social, cultural, econômico-financeira, é muito frustrante que o governo federal subtraia grande parte dos objetivos desse projeto”, afirma. Lemos ressalta que a opção do atual governo interino lembra muito o que o Brasil viveu nos anos de 1950 e 60. “Na época, vimos o desmantelamento do sistema ferroviário. Agora, na aviação, a tão sonhada integração nem chegou a acontecer para o povo no interior do Brasil. Essa política arcaica de investimento irá nos condenar a sermos matutos forever”, lamenta.

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(Reprodução/FolhaSP)

Em São Paulo, dos 19 aeroportos regionais que figuravam no primeiro projeto, apenas dois serão contemplados: em Sorocaba e no Guarujá. Outros seis foram repassados ao governo estadual para serem leiloados em concessões.

Em relação à primeira listagem nacional, com 270 aeroportos, o governo alega que a redução se deve, em parte, à constatação de que 94 projetos seriam inviáveis, por ficarem perto de aeroportos já em operação, ou em locais inadequados, como áreas de preservação, ou sem demanda.

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(Reprodução/FolhaSP)

Dos 53 aeroportos que mantiveram-se na lista, 27 já recebem voos e outros 11 estão numa lista de prioridades entregue pela Associação Brasileira das Empresas Aéreas (Abear). O governo interino diz ainda que definirá em breve o sistema de subsídios das passagens aéreas regionais, para dar sustentação ao programa, e que dará prioridade para a região Amazônica, cumprindo o estabelecido em lei.

Acesse AQUI a matéria da Folha, na íntegra.

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