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sexta-feira, março 29, 2024

Concessionárias fazem proposta ‘ridícula’ na segunda rodada de negociação

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Na segunda rodada de negociação entre o Sindicato Nacional dos Aeroportuários (Sina) e as concessionárias privadas, em Guarulhos, em 14 de junho, as empresas apresentaram uma contraproposta para a renovação do Acordo Coletivo de Trabalho (ACT) com valores muito aquém da pauta de reivindicação da categoria. 

A direção do Sina considerou a proposta das empresas vexatória, com uma oferta de abono e reajuste bem abaixo da inflação do período. “O setor aéreo não está em crise nesse nível que estão apresentando. As concessionárias estão dando calote na União, não pagando as outorgas, e querem dar calote no trabalhador aeroportuário”, explicam os sindicalistas.

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“A reunião foi frustrante. Nossa categoria não merece uma proposta tão ridícula”, afirmou Francisco Lemos, presidente do Sina. As concessionárias propuseram abono de R$ 500,00 mais dois reajustes de 3,5% cada, aplicados em agosto e outubro, sem retroatividade à data-base (1º de maio). O Sindicato não irá levar essa proposta para deliberação em assembleia, em respeito aos aeroportuários/as, e exige uma nova reunião com as concessionárias, esperando uma negociação mais digna em relação aos direitos e salários dos trabalhadores/as.

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“O Sindicato até entende que a situação econômica e o desempenho do negócio de cada patrão tenham suas diferenças. Também entende que, no quadro societário das concessionárias estão incluídas, praticamente, todas as grandes empreiteiras do país, e que alguns dos sócios e presidentes dessas construtoras encontram-se presos na carceragem da Polícia Federal em Curitiba, causando um enorme desconforto para essas empresas e, consequentemente, deixando os negociadores das concessionárias com cara de patetas, com um comportamento muitas vezes igual ao de um cachorro que caiu do caminhão de mudança”, comenta o presidente do Sina.

Contudo, completa Lemos, “sabemos exatamente o que queremos e temos uma leitura de que somos, nós trabalhadores, peça chave no negócio deles (dos patrões), e isso nos dá a confiança para exigir respeito, dignidade e os direitos que reivindicamos na mesa de negociação”.

Ainda segundo Lemos, o Sina, tradicionalmente, prioriza o diálogo, mas também, no mesmo viés da tradição, sabe o momento de medir forças e ir para o embate com qualquer patrão, público ou privado. “É melhor esse povo achar o caminho rapidamente, antes que a tocha olímpica toque fogo no lugar errado”, completa o presidente do Sina.

Participam das negociações as concessionárias privadas que administram os aeroportos de Brasília-DF, Guarulhos-SP, Campinas-SP, Natal-RN e Confins-MG. A concessionária Rio Galeão não compareceu à segunda rodada.

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