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quinta-feira, abril 25, 2024

Sina reage à cobrança no estacionamento da Infraero

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A ameaça de cobrança do estacionamento sofrida pelos trabalhadores da Infraero, nas últimas semanas, gerou um mal estar gigantesco dentro da categoria aeroportuária.

O tema não é novidade e foi “desenterrado” pela diretoria comercial. Em 2012, por exemplo, um documento previa essa cobrança. O Sindicato Nacional dos Aeroportuários (Sina), em todas essas oportunidades, protestou contra essa prática inoportuna e mercenária.

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Nessa nova investida, algum iluminado da Infraero resolveu ser mais incisivo e determinado na tentativa de cobrança pelo uso das vagas pelos trabalhadores.

O presidente do Sina, Francisco Lemos, e o secretário-geral da entidade e representante dos trabalhadores no Conselho de Administração da Infraero, Célio Barros, reagiram à iniciativa. A primeira atitude foi questionar o diretor comercial da Infraero, André Marques. Na sequência, colocaram o assunto em pauta em uma reunião mais ampla, realizada na semana passada, na Secretaria de Aviação Civil (SAC).

Os sindicalistas argumentaram que os aeroportos são, na sua ampla maioria, terminais que funcionam 24 horas e são muito mal servidos pelo transporte público, principalmente nos períodos noturnos, aos finais de semana e feriados. Além disso, ressaltaram que alguns aeródromos ficam afastados dos centros urbanos, localizados em áreas específicas em que se torna essencial o transporte particular.

Lemos e Barros apontaram que existem muitas credenciais de estacionamento disponibilizadas gratuitamente pela Infraero para trabalhadores que não pertencem ao quadro da empresa, ligados a órgãos públicos como a Polícia Militar, Polícia Civil, Receita Federal, Polícia Federal, Anvisa, entre outros. Porém, denunciaram que há credenciais que são oferecidas a indivíduos “especiais”, como assessores de deputados, juízes de direito, entre outras personalidades consideradas ilustres pela gestão da Infraero.

O Sina também apontou à Infraero que existem diversas decisões judiciais que proíbem a cobrança de estacionamento em hospitais, shopping centers, entre outros tipos de atividade, dos funcionários dessas empresas. E o secretário-geral do Sina, Célio Barros, atuou de forma intensa dentro do Conselho de Administração da estatal para reverter a medida.

Outra ação do Sina para reverter a cobrança foi denunciar a Infraero ao Ministério Público do Trabalho (MPT), na semana passada. A entidade ainda aguarda um posicionamento do órgão.

Como resultado de todas essas ações, o Sindicato conseguiu uma trégua: um memorando da Infraero, em 22 de setembro, endereçado a cada uma das unidades da Rede, suspendendo por 60 dias o processo de cobrança, que teria início em 1º de outubro, e convocando os superintendentes dos terminais aeroportuários a acharem uma alternativa viável neste prazo.

Célio Barros foi designado pelo Sindicato para construir, nesse período, uma solução para o impasse, já que a Infraero afirma que não existem vagas disponíveis para os veículos dos trabalhadores.

Além disso, o Sindicato deverá, juntamente com o representante da diretoria comercial da Infraero, visitar fisicamente algumas as unidades que a Infraero alega serem as mais críticas para, in loco, avaliar a situação e ouvir os aeroportuários locais.

“O desafio está em andamento e esperamos afastar essa cobrança indevida dos trabalhadores aeroportuários”, destaca Francisco Lemos.

Veja abaixo o memorando que foi encaminhado a todas as unidades, mudando apenas a localidade para a qual o documento foi endereçado.

Memorando

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